Com esforço sobre-humano, A Tocha traz hoje uma enorme, grande, imensa cobertura fotográfica do último, melhor dizer mais recente encontro da Acomderj, realizado no sábado passado, dia 7.
Como todos já puderam sentir no bolso, os preços estão subindo, nossos vícios estão sendo questionados, nossos desejos represados, como continuaremos a comprar nossas miniaturas se temos de comprar comida, pagar aluguel, contas e impostos. Isso não é fácil!
Assim que chegamos ao agradável recinto, a imagem de algumas batatinhas fritas e amendoim, servidos à seco já denunciavam os tempos magros que nos aguardam... Pode-se mesmo observar o saquinho do supermercado com um lanche!

Na verdade, a situação era ainda mais dramática! Quase a totalidade das mesas eram de miniaturas sendo vendidas, a dura realidade! A coisa estava tão séria que resolvemos batizar esta reunião de “
A Tarde dos Desesperados”



A direção da A Tocha também se fez presente, mas como não vendemos nada, está a perigar a edição de julho!

Leo “Sorine” esvaziou as caixas de sapato que estavam embaixo da cama e mandou ver


Estavam mesmo a serem vendidos diversos clássicos e algumas raridades.




Um dos destaques era este Indy da Ideal, americana, em plástico.

Pudemos mesmo flagrar o momento em que Eli vendia um antigo controlador de velocidade, que na pior das hipóteses, pode ser usado como “eficiente mechanismo eletrochoque para controlo de acções desordenadas nas compras desenfreadas diecast”. Eli, que por causa do modelismo de fenda não costuma sair da linha, neste dia passou dos limites!

Dr. House não fugiu à regra, e quem têm acompanhado o seu drama todas as quintas-feiras na Record, urge agora pagar um bom advogado!

Ainda a dramática carestia, nosso anfitrião conduziu-nos a já conhecida sala de torturas onde pequenos e desesperados carrinhos aguardavam ansiosamente uma adoção. Urge uma acção rápida para tão triste abandono de pobres criaturas incentes. Nossos repórteres puderam acompanhar algumas negociatas, com triangulações, troca-troca, um toma lá, me dá cá, que só faz rotacionar a titularidade das minis e não chega a lugar algum. Sabemos mesmo que algumas senhoras já aguardam seus maridos em casa para descobrir o segredo de sair com minis para vender e voltar com mais carrinhos e menos dinheiro...









Bom, chega de reclamar da vida senão fica muito chato, pior do que as ponderações equilibradas sobre o embate Brasil e Venezuela recentemente ocorrido em terras de Tio Sam.
Muitas coisas interessantes foram expostas para os visitantes da Tarde dos Desesperados.
Para mim que conhecia os Oxford por causa dos táxis, adorei ver um dos inúmeros carrinhos de transporte da coleção. Este um Morris para venda de crepes. Muito simpático.

Um pequeno diorama tendo como peça principal um Henry J da Brooklin.

Alguns acepipes ficaram assando em calor brando na estufa, sairia algo de bom?

Esta simpática Alfa de corrida na escala 1/43 foi sorteada dentre os presentes. Quem seria o felizardo? Mais tarde, depois eu mostro...

Eli nos apresentou mais algumas minis e carros para automobilismo de fenda.

Esta Ferrari

E o Abarth não sei mais quem apresentou, assim como a McLaren da MC. Ou eu fotografo ou anoto tudo e perco os flagrantes!

Enquanto as batatinhas e o amendoim eram engolidos à seco, eis que nos apresentam uma caixa de exóticas iguarias, pimentinhas para o que der e vier. Chegamos mesmo a pensar que a maleta de primeiros socorros pertencia à Dr. House, melhor do que desfibrilador para ressuscitar colecionadores em choque anazamático.

Foi-nos apresentado alguns Ricko na escala 1/87. Para os que não sabem ainda, a Ricko encerrou a produção dos 1/18 e dedica-se agora aos enfeites para bolos e árvores de natal. Muito bem feitinhos, por sinal.







Ia a tarde seguindo o seu curso natural, batatinhas e amendoim à seco, pássaros, brisa agradável e mosquitos, quando Dr. House, em sua infinita bondade, finalmente retira da estufa, após cuidadosa desinfecção, seus mais recentes pacientes.
A primeira aula de sua technica foi apresentada em uma Porsche 910 da Motorbox. Desta feita não houve maiores dramas para a abertura do capot e a apresentação das entranhas da pobre criatura.

O que não impediu, que, com maestria e destreza, uma rápida incisão, foi-se a calota cerebral, mostrando uma parte do cérebro da potente máquina. Pode-se mesmo ver um resto de sangue coagulado, ou seria tinta de modelismo, na unha de Dr. House! O parco tempo para os atendimentos emergenciais pode causar momentos constrangedores. Que a Anvisa não nos leia.



A segunda apresentação deu-se com esta pobre criatura, que está a sofrer um bocado com problemas nos seus dentes. Desconhecíamos esta faceta de Dr. House, a ortodentia.

Neste angulo é possível ver os fios cirúrgicos que firmam a mandíbula da pequena mademoisele, francesa que é, mesmo sendo o fabrico chines por inferência alemã. Mademoisele Bugatti estava mesmo muito tímida ao ser tão minuciosamente examinada por olhares obsequiosos e sedentos, chegou mesmo a encolher seus finos pneumáticos.

Dr. House não nos brindou com a abertura do capô do motor, por julgar ser uma cirurgia desnecessária e muito demorada, a noite já se aproximava e não haveria luz e paciência suficientes. Ainda assim nos esclareceu que estopa e outros paninhos muito chegados a se esfiaparem devem ser mantidos o mais longe possível!


Um outro colecionador que a exemplo de muitos outros, não logramos registrar o nome, nos brindou com bela coleção em 1/43, no que se incluíram muitos clássicos da Fórmula 1, que muito alegraria o faltoso Sphinx, que seguramente dominado por forte emoção se poria a divagar com palavras sábias e enigmáticas, sobre o peso cultural das mesmas.











Ainda sobre o aspecto cultural, os membros desta insuspeita confraria puderam apreciar dois exemplares interessantes, sendo um de origem nativa destas terras, mas sendo fruta rara, mal se sabe de sua existencia:


Se já não se bastassem as augruras e lamentos muito ouvidos ao se circular nas barraquinhas da Tarde dos Desesperados, uma muito suspeita promoção nos causou grande impacto. Uma simplória caixinha de papelão nos foi mostrada a título de caixa de votação, onde pequenos papéis eram colocados a medida que cada convidado chegava. Em nenhum momento nos foi mostrado o que lá se escrevia... Ao final da tarde, como podemos muito bem ver, para enorme surpresa dos presentes anunciaram que o sorteio de um brinde se faria!

A inocente criança foi a muito contra gosto chamada a pegar um dos papéizinhos e ler o que lá se encontrava.

Mesmo sendo sabedores da auditoria insuspeita da conceituada firma Cappone & Clyde Robbery Associates, nos causa ainda muita dúvida sobre a retidão de algumas linhas tortas... Não bastasem os muitos senões, podemos ainda publicar este dramático flagrante, quando o feliz ganhador mostra o seu prêmio, que na verdade era para a pobre criança, hábilmente calada com alguns tostões que ora se apresentam em sua mãozinha direita. Que horror!

Crianças de todas as idades, ao apagar das luzes foi-se decidido que o próximo encontro deverá ter uma apresentação de miniaturas com o tema Porsche, assim tragam suas Porches, pochetes e brindes da Ilha Pochat mas não bebam evitando-se assim casos de línguas enroladas!